sábado, 8 de setembro de 2012

Estudando o Espiritismo

O Livro dos Espíritos - Cap. III - Questões 149 a 153 - Retorno a Vida Corpórea à Vida Espiritual A alma após a morte Em que a alma se transforma no instante da morte? "Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos que havia deixado momentaneamente." A alma, após a morte,conserva a sua individualidade? "Sim, não a perde jamais. O que seria se não a conservasse?" Como a alma constata a sua individualidade se não tem o corpo material? "Tem um fluido que lhe é próprio, o qual retira da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência da última encarnação: seu perispírito." A alma não leva nada deste mundo? "Nada mais que a lembrança e a vontade de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargor, segundo o emprego que fez da vida. Quanto mais pura ela for, mais compreende a futilidade do que deixou sobre a Terra." O que pensar da opinião segundo a qual a alma retorna ao todo universal após a morte? "O conjunto dos Espíritos não forma um todo? Quando, de sua parte, estiver em uma assembléia, fará parte integrante dela, não obstante, conservará a sua individualidade." Qual prova podemos ter da individualidade da alma após a morte? "Não existem provas pelas comunicações obtidas? Se não forem cegos, verão; e se não forem surdos, ouvirão; porque, freqüentemente, uma voz faz-se ouvir e lhes revela a existência de um ser ao seu redor." Aqueles que pensam que, na morte, a alma retorna ao todo universal, estarão errados se entenderem por isso que, tal como uma gota de água que cai no oceano, ela perde sua individualidade. Estarão com a razão, se entenderem pelo todo universal o conjunto de seres incorpóreos de que cada alma ou Espírito é um elemento formador. Se as almas se confundissem no todo, teriam apenas as qualidades do conjunto e nada as distinguiria entre si. Não teriam inteligência nem qualidades próprias. No entanto, em todas as comunicações, acusam a consciência do eu e uma vontade distinta. A diversidade infinita que apresentam, sob todos os aspectos, é a conseqüência da sua individualidade. Se houvesse, após a morte, apenas o que chamamos o Grande Todo que absorve todas as individualidades, esse todo seria uniforme e, então, todas as comunicações que recebêssemos do mundo invisível seriam idênticas. Visto que encontramos seres bons, outros maus, uns sábios e ignorantes, felizes e desventurados, e de todas as características: de alegres a tristes, de levianos a sérios, etc., é evidente que se trata de seres distintos. A individualidade torna-se mais evidente ainda quando esses seres provam a sua identidade por sinais incontestáveis, como detalhes pessoais relativos à sua vida terrestre, e que podemos constatar. Não pode ser posta em dúvida quando se manifestam por meio das aparições. A individualidade da alma foi-nos ensinada, em teoria, como um artigo de fé. O Espiritismo a torna patente e de certa forma material Em qual sentido deve-se entender a vida eterna? "É a vida do Espírito. A do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna." Não seria mais exato chamar vida eterna a dos Espíritos puros que, tendo atingido o grau de perfeição, não têm mais provas a sofrer? "É essa a felicidade eterna. Mas é uma questão de palavras. Chamem-se as coisas de qualquer forma, desde que sejam compreensíveis ao entendimento." O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XIII - Que a mão esquerda não saiba o que faz direita. Fazer o bem sem ostentação Fazer o bem sem ostentação - Os infortúnios ocultos - O óbolo da viúva - Convidar os pobres e estropiados. Ajudar sem esperar o retorno - Instruções dos Espíritos: A caridade material e a caridade moral - A beneficência - A piedade - Os órfãos - Boas ações pagas com a ingratidão - Beneficência exclusiva. Fazer o bem sem ostentação 1. Evitai fazer vossas boas ações diante dos homens para não serdes vistos, de outra forma, não recebereis a recompensa de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, derdes esmola, não mandeis soar a trombeta diante de vós, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem homenageados pelos homens. Eu vos digo, em verdade, que eles já receberam a sua recompensa. Mas, quando derdes esmola, que a vossa mão esquerda não saiba o que faz a vossa direita; para que a vossa esmola fique em segredo e vosso Pai, que vê o que se passa, vos dará a recompensa. (Mateus, VI:1-4) 2. Tendo Jesus descido da montanha, uma multidão o seguiu e, juntamente com ela, um leproso veio até ele e o adorou dizendo: Senhor, se quiseres, podes me curar. Jesus, estendendo a mão o tocou e disse: Eu quero, sê limpo. E nesse instante a lepra foi curada. Então, Jesus disse: Não digas isso a ninguém, mas vai, mostra-te aos sacerdotes e faze a oferta que ordenou Moisés, a fim de que isso lhes sirva de testemunho. (Mateus, VIII:1-4) 3. Fazer o bem sem ostentação é um grande mérito; esconder a mão que dá é ainda mais meritório. É o sinal incontestável de uma grande superioridade moral, pois para ver as coisas de uma forma mais elevada do que o comum, é preciso fazer abstração da vida presente e identificar-se com a vida futura. É preciso, numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que preza a aprovação dos homens mais do que a de Deus, prova que a vida presente vale mais para ele do que a vida futura ou, até mesmo, que ele não crê na vida futura. Se ele diz o contrário, age, no entanto, como se não acreditasse no que diz. Quantos há que só fazem um benefício, se o beneficiado o divulgar de forma ampla; que dão uma grande soma à luz do dia, mas que não dariam uma moeda sequer de forma discreta! É por isso que Jesus disse: "Os que fazem o bem com ostentação já receberam a sua recompensa." Na verdade, aquele que busca a sua glorificação sobre a Terra, pelo bem que faz, já se pagou a si mesmo. Deus não lhe deve nada; só lhe resta receber a punição pelo seu orgulho. Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita é uma metáfora que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta, mas se existe a modéstia real, há também a falsa modéstia, a simulação da modéstia. Há pessoas que escondem a mão, tendo o cuidado de deixar perceber o que fazem. Indigna paródia das máximas do Cristo! Se os benfeitores orgulhosos são depreciados entre os homens, muito mais o serão em relação a Deus! Esses receberam sua recompensa na Terra. Foram vistos, estão satisfeitos de terem sido vistos - é tudo o que terão. Qual será, então, a recompensa daquele que cobra do beneficiado os benefícios que a ele prestou, que lhe impõe testemunhos de reconhecimento, que lhe faz sentir a sua posição exaltando o preço dos sacrifícios que suportou por ele? Ah! Para esse não há nem mesmo as recompensas terrenas, pois não tem a grata satisfação de ouvir bendizerem o seu nome - um primeiro castigo para o seu orgulho. As lágrimas que seca, em benefício de sua vaidade, ao invés de subirem aos céus, recaem sobre o coração do aflito para feri-lo. O bem que faz não lhe traz proveito algum, já que o censura, pois toda boa ação reprovada é uma moeda alterada e sem valor. A beneficência sem ostentação tem duplo mérito: além da caridade material, é igualmente caridade moral, pois contorna a suscetibilidade do beneficiado, fazendo-o aceitar a boa ação sem que o seu amor próprio sofra com isso e salvaguardando a sua dignidade humana, pois este aceitará um serviço, que não aceitaria como esmola. Ora, converter o serviço em esmola pela maneira como fazemos, é humilhar quem o recebe, e há sempre orgulho e maldade em humilhar a alguém. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e habilidosa para ocultar a boa ação e evitar até as menores possibilidades de melindre, pois todo choque moral aumenta o sofrimento provocado pela necessidade. Ela sabe encontrar palavras doces e afáveis, que colocam o beneficiado à vontade em face do benfeitor, enquanto a caridade orgulhosa o humilha. O sublime da verdadeira generosidade está em saber o benfeitor inverter os papéis, encontrando um meio de parecer ele mesmo agradecido em relação àquele a quem presta o serviço. É isso o que querem dizer estas palavras: Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita.

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